A Arábia Saudita está preparando um relatório que deve admitir que o jornalista Jamal
Khashoggi foi morto como resultado de um interrogatório que deu errado, reportou
a CNN nesta segunda-feira (15), citando duas fontes não identificadas.
Uma fonte alertou que o relatório ainda está sendo preparado e pode mudar, informou a CNN.
A outra fonte disse que o relatório provavelmente concluirá que a operação foi realizada sem autorização e que os envolvidos serão responsabilizados, disse a rede de televisão.
O consulado saudita em Istambul foi inspecionado por autoridades turcas nesta segunda no
âmbito da investigação sobre o desaparecimento de Jamal Khashoggi.
O jornalista desapareceu depois de entrar no imóvel em 2 de outubro.
O grupo de trabalho, formado por Turquia e Arábia Saudita, chegou ao imóvel nesta tarde. Essa equipe deixou o prédio pela manhã (início da madrugada de terça, 16, no Brasil).
O jornalista saudita, crítico do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman,
foi ao consulado em Istambul para trâmites burocráticos relativos a seu casamento com
uma cidadã turca, Hatice Cengiz. Desde então, ele está desaparecido.
A Arábia Saudita afirma até o momento que o jornalista saiu do consulado.
Porém, autoridades turcas da área de segurança afirmaram à agência Reuters que a
polícia tem uma gravação de áudio que indica que ele foi morto dentro do imóvel.
Algumas fontes acusam o governo saudita de enviar à Turquia uma unidade de agentes
especiais para assassinar Khashoggi, o que o governo saudita nega categoricamente.
Nesta segunda, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no Twitter que
conversou com o rei Salman, da Arábia Saudita, e que ele lhe assegurou ignorar o paradeiro
do jornalista. Trump anunciou que enviaria imediatamente seu secretário de Estado,
Mike Pompeo, para se encontrar com o rei saudita . Após receber uma “negativa muito,
muito forte” do rei Salman sobre o envolvimento de Riad no desaparecimento do jornalista,
Trump afirmou à imprensa na Casa Branca “que talvez deve ter sido obra de assassinos
comuns. Quem sabe?”. Nos últimos dias, o presidente americano vem afirmando que
chegará ao fundo do caso de Khashoggi e aplicará penas severas caso a Arábia Saudita
esteja envolvida na morte do jornalista, que vivia exilado nos Estados Unidos desde 2017
e escrevia para o “Washington Post”.
De fato, o presidente americano assinalou na semana passada que tinha conversado
sobre o caso com o governo saudita, enquanto tanto o vice-presidente, Mike Pence,
como funcionários do alto escalão da Casa Branca, já tinham ligado para o príncipe
herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.
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