O sadomasoquismo é definido como ''perversão sexual em que a satisfação está ligada ao sofrimento ou à humilhação infligida a outrem''.

A psicanálise estende a noção de sadomasoquismo para além da perversão descrita pelos sexólogos, reconhecendo-lhe numerosas manifestações mais encobertas, fazendo deste um dos grandes componentes da vida passional.  

A atuação sadomasoquista é derivada de um ponto de fixação da libido na fase anal, período no qual a criança busca dissolver sua relação simbiótica com a mãe, própria do 1º ano de vida. Entrando em seu 2º ano de existência, ela quer assumir a si mesma, buscando muitas vezes o confronto com os pais. A criança procura fazer o contrário do que mandam para se auto  afirmar, é a busca da separação entre o que é dela e o que é do outro. Neste período, a criança está aprendendo também o controle dos esfíncteres.


Se os pais têm dificuldade de entender e respeitar as necessidades da criança (amando e colocando limites nos momentos certos) e se tornam intransigentes, agredindo e humilhando a criança ''para ensinar ou pôr limites'', a criança acaba associando internamente amor com dor, pois as mesmas pessoas que cuidam e dão carinho são violentas e agressoras. Este registro interno faz com que procurem na vida, como objeto de amor, pessoas que reproduzem esta relação primeira, matriz do sadomasoquismo.

Com este ponto de fixação da libido, derivado da má elaboração da fase anal, esta pessoa poderá estabelecer relações dolorosas ao longo da vida, causando sofrimento, ou promovendo-o no ambiente de trabalho, entre amigos, no casamento, com os filhos, enfim, nas diversas situações do cotidiano.


Entendemos então que os mal tratos vão além da perversão sexual, estendendo-se para o dia-a-dia, dando sensação de poder, confundindo amor com dor. Muitas pessoas vivem assim. Estão no inferno e nem percebem, banalizando o sofrimento.


O sadismo sexual é uma forma de para filia. A maioria das pessoas com tendências sádicas não apresenta um transtorno de sadismo sexual.

É frequente haver graus moderados de sadismo e de masoquismo nas relações sexuais de pessoas saudáveis e os casais mutuamente compatíveis procuram com frequência essas atividades com seus parceiros. Por exemplo, o uso de lenços de seda para simular amarrações e palmadas suaves durante a atividade sexual são práticas frequentes entre os casais que as consentem e não são consideradas sadomasoquismo.

A maioria dos sádicos interage com um parceiro que deu seu consentimento, que pode ter masoquismo sexual (ou seja, a pessoa sente excitação sexual quando é humilhada, espancada, amarrada ou sofre outro tipo de abuso). Nesses relacionamentos, a humilhação e as palmadas são simplesmente simuladas, com os participantes sabendo que se trata de um jogo, evitando-se cuidadosamente humilhações ou ferimentos reais. As fantasias de controle total e de domínio são, muitas vezes, significativas e o sádico pode atar e amordaçar o parceiro de maneira muito elaborada.

Em contraste, o transtorno de sadismo sexual envolve um ou mais dos aspectos a seguir:

  • As pessoas sentem angústia por seu comportamento ou são incapazes de desempenhar funções devido ao seu comportamento.

  • Elas levam esses atos ao extremo, às vezes causando grave lesão física ou psicológica ou até a morte.

  • Os atos envolvem parceiros que não deram consentimento (parceiro não consensual).

Quando praticados com parceiros que não deram consentimento, o sadismo sexual é considerado um crime e é provável que continue até que o sádico seja apreendido.

O sadismo sexual não é sinônimo de estupro, uma mistura complexa de sexo e poder sobre a vítima. O sadismo sexual é diagnosticado em menos de 10% dos estupradores, mas em 37 a 75% das pessoas que cometeram homicídios motivados por questões sexuais.

O sadismo sexual é especialmente perigoso em pessoas que também apresentam o transtorno de personalidade antissocial.

O tratamento do transtorno do sadismo sexual normalmente é ineficaz.

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