Irã executa segunda pessoa vinculada aos protestos
Homem foi condenado por matar dois agentes e ferir outros quatro; execução provocou muitas críticas internacionais e da ONU.
A agência de notícias da Autoridade Judicial do Irã, Mizan Online, anunciou nesta segunda-feira (12) a segunda execução vinculada aos protestos que abalam o país há três meses.
"Majidreza Rahnavard, que foi condenado à morte em 29 de novembro por matar com uma arma branca dois agentes de segurança e ferir outros quatro, foi executado em público na cidade de Mashhad", afirmou a agência.
Ele foi detido em 19 de novembro, quando tentava fugir do país, disse a Mizan Online.
O Irã é cenário de grandes manifestações desde a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos que faleceu depois de ser detida pela polícia da moralidade por supostamente violar o rígido código de vestimenta da República Islâmica.
A primeira execução ligada aos protestos aconteceu na quinta-feira da semana passada. Mohsen Shekari, de 23 anos, havia sido condenado à morte por bloquear uma rua e ferir um paramilitar no início das manifestações.
O anúncio da execução provocou muitas críticas internacionais e da ONU.
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Irã abole polícia da moral após onda de protestos motivados pela morte de Mahsa Amini
Jovem foi detida por supostamente usar o véu de forma 'inapropriada' e violar o rígido código de vestimenta do país
O Irã decidiu abolir a polícia da moral após mais de dois meses de protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, detida por supostamente usar o véu de forma "inapropriada" e violar o rígido código de vestimenta do país, anunciou a mídia local neste domingo (4).
"A polícia da moral não tem nada a ver com o Judiciário" e foi abolida, disse o procurador-geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, no sábado, informou a agência de notícias Isna.
O promotor respondeu a uma pessoa que participava de uma cerimônia religiosa na cidade de Qom, a sudoeste de Teerã, que perguntou "por que a polícia da moralidade foi abolida"
A polícia da moralidade, conhecida como Gasht-e Ershad [patrulhas de orientação], foi criada durante o governo do presidente ultraconservador Mahmud Ahmadinejad (de 2005 a 2013) para "espalhar a cultura da decência e do hijab (lenço feminino)".
Suas unidades são formadas por homens de terno verde e mulheres que usam xador preto, vestimenta que cobre todo o corpo, exceto o rosto. As primeiras patrulhas começaram seu trabalho em 2006.
O anúncio, visto como um gesto para os manifestantes, ocorre um dia depois que as autoridades anunciaram que estavam examinando se a lei de 1983 sobre o véu obrigatório precisava de mudanças.
O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, declarou no sábado que as bases republicanas e islâmicas do Irã estão constitucionalmente consolidadas, mas que existem "métodos de aplicação da Constituição" que podem ser "flexíveis".
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