Diante da incapacidade governamental de Luís XVI, a imagem de adoração do povo tornou-se a rainha; ela estava no mármore, nas pinturas e no ouro. O retrato de uma rainha que era apenas uma mulher comum. Assim, é imposto a ela o papel de símbolo de sua época. A rainha da França percebe que agora ela pode ter tudo e não deseja nada que a perturbe, ela quer o prazer das jogatinas no palácio, das joias e dos penteados, e esquece cada vez mais da política do reino.


Maria Antonieta era acusada de preguiça mental, mas o que exigir de uma jovem 
cuja infância roubada aos catorze anos levou-a diretamente ao trâmite do casamento real?[
 Chamar de preguiça mental parece soar pesado demais para a jovem que aos vinte 
carregava o peso de um reino. Parece mais do que justo dispensar os livros e usufruir do prazer que a ela era oferecido, dessa forma ela vivia “apenas para os sentidos, não para a sensatez”

Coberta por uma sede de prazeres, a sua leviandade junto ao parvo marido, o rei, levou-os ao ápice da mediocridade aristocrática, o que não refletiu positivamente sobre o povo. Tudo isso era um sintoma que estava prestes a denunciar a doença francesa; Maria Antonieta não se importava, com sua preguiça aos assuntos sérios nunca formulou as perguntas certas, e assim, nunca olhou para além do palácio de Versalhes.

Ela vivia em uma redoma, a redoma da corte. Seus costumes eram exagerados e particularmente caros; não são só seus, mas de toda estirpe que a circulava. Preferia o prazer à política, ser a rainha da moda a ser a rainha de seu país. Dessa forma contraía dívidas, pois não resistia às joias, aos vestidos e aos penteados de 90cm. Como forma de dar fim ao problema de dinheiro, começou a jogar. A diversão inocente no palácio passou a tornar-se clandestina, o rei não podia ver e qualquer um que tivesse dinheiro poderia entrar. Todos se aproveitavam da ingenuidade da rainha e trapaceavam, arrancando dela o dinheiro e a diversão. Dentro da corte de Maria Antonieta, ela era o mundo, e com todas as mordomias nunca explorou ser ela mesma. Vivia dos prazeres efêmeros e abominava aqueles que interrompiam sua diversão.Em boa parte da história francesa os Luíses mudaram de geração e consequentemente de números sendo I, II, XVI, mas o que permaneceu no curso da história e nos holofotes foram as damas reais; Madame de Pompadour, DU Barry e finalmente Maria Antonieta. Um império que seguia o grande Deus do patriarcalismo dependia somente das vontades da rainha e das consortes.

Com o passar do tempo o círculo da rainha foi tornando-se cada vez mais restrito. Ela só inclua em seu pequeno Trianon quem a satisfizesse e a interessasse, e assim a queda do reinado de Antonieta só foi possível por conta do seu abandono às grandes casas reais da França; por realizar apenas seus íntimos desejos negligenciou as antigas grandes casas, e dessa forma, ao abandonar a pompa e a guerra de etiqueta, Versalhes também foi abandonada pela corte. Assim, em uma espécie de oficina de calúnias organizada pelos detentores dos bons costumes franceses, a austríaca começa a ter suas loucuras apontadas e logo é difamada por toda a França.A apatia e inércia do rei diante de seus deveres levam a rainha ao papel de soberana de um país. A burguesia olhava para ela e esperava atitudes de soberana - mesmo que na época mulheres não assumissem papéis políticos. Maria Antonieta nunca aceitou o papel imposto, pois nunca o percebeu. Os seus palpites eram unicamente para nomear as famílias que com interesse a rodeavam para receber um bom ducado. Foi assim que a austríaca viveu em seu mundo: o palácio Trianon com seu séquito formado por 20 damas e cavalheiros, e ignorou os 20 milhões de miseráveis e a revolução que batia à porta de Versalhes.

O zumbido de uma revolução iniciou-se nos corredores reais pelas mãos aristocráticas. Nas pequenas oficinas de difamação, os excluídos da corte por Maria Antonieta confabulavam seu fim. Através de panfletos e folhetins - cuja autoria é desconhecida - aos gritos de puta, adúltera, sáfica e ninfomaníaca. Os sussurros dos sangue azul chegam ao povo.

Maria Antonieta nunca levou a preocupação revolucionária a sério. Para ela, estar acima do povo era natural, e o som de qualquer tumulto e líder que ousasse remexer as estruturas monárquicas, para ela, estava apenas causando o caos e indo contra a regra natural da existência e das leis divinas. Dessa forma, “Maria Antonieta foi injusta com a revolução, a revolução tornou-se durante injusta com ela”.

É interessante pensar no arquétipo de Luís XVI, homem fraco aos olhos do povo, que nunca segurou as rédeas do seu governo. Este era facilmente posto em segundo plano na revolução. Toda a culpa da fome, das injustiças e dos enclausuramentos na Bastilha não eram culpa do rei, homem do povo, mas sim de sua esposa, a estrangeira austríaca promíscua que envenenava e retirava do rei o pouco que tinha de poder de decisão. Mas é claro como o dia que, assim como Maria Antonieta, Luís XVI não se importava; durante a queda da Bastilha não queria ser acordado do seu sono real e o seu único arrependimento foi não ter abatido nenhum cervo durante sua caçada diária. Mas se ambos são igualmente apáticos quanto a situação revolucionária francesa, por que só a rainha promíscua era culpada?
fonte querido classico

Postar um comentário:

0 comments:

Celso Medeiros Maximus. Tecnologia do Blogger.

VIGÉSIMO PRIMEIRO BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR AGÊNCIA LOCAL DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

  QUARTA REGIÃO DE POLÍCIA MILITAR VIGÉSIMO PRIMEIRO BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR AGÊNCIA LOCAL DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL SÍNTESE DAS OCO...

Arquivo do blog

Pesquisar este blog

Translat

A

Paginas

Sobre